Quero agradecer em nome dos habitantes deste pátio, a TODOS os que colocaram (e vierem a fazê-lo) um post em "resposta" ao poema "Soneto de despedida" de Domingos da Mota e em homenagem ao nosso amigo Fernando Peixoto.
Entendi que o post do Luís Nogueira merecia ter mais visibilidade, daí, mesmo sem sua autorização, aqui vai:
partiste, amigo? de partir
entendo nada; sinto nevoeiro,
de chuva gotas, um leve sorrir
não, (a)deus nem sei escrever;
ramos soltos, esgar de embondeiro
longe, que de tão perto nem sei dizer
partiste, amigo? a quem espero
do partir nego; parte caminheiro,
mas nunca de mim porque eu não quero
luís nogueira
para o meu amigo Fernando Peixoto
23 de Outubro de 2008 23:08
sexta-feira, 24 de outubro de 2008
segunda-feira, 20 de outubro de 2008
HORÁRIO DO FIM
morre-se nada
quando chega a vez
é só um solavanco
na estrada por onde já não vamos
morre-se tudo
quando não é o justo momento
e não é nunca
esse momento
Mia Couto, in: "Raiz de Orvalho e Outros Poemas"
quando chega a vez
é só um solavanco
na estrada por onde já não vamos
morre-se tudo
quando não é o justo momento
e não é nunca
esse momento
Mia Couto, in: "Raiz de Orvalho e Outros Poemas"
Etiquetas:
Fernando Peixoto,
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Mia Couto,
Poesia
sexta-feira, 3 de outubro de 2008
Soneto de despedida
A notícia chegou, bateu-me à porta,
mal abri o correio das mensagens:
Era dura. De luto. Negra. Forte.
Tinha o peso da noite e da voragem.
Tinha o aceno do adeus, do até sempre,
e carregava doridos os sobrolhos.
A notícia trazia o lamento
da morte que mordia os nossos olhos.
Como dói a partida de um amigo
que se foi, nos deixou sem o presigo
de dois dedos de conversa, sem contacto.
Mas um amigo não morre, só se ausenta:
e passado o cabo das tormentas,
sai da boca de cena (e do teatro).
Domingos da Mota
(logo após ter recebido a notícia do falecimento do Doutor Fernando Peixoto, poeta, homem das letras e do teatro, e amigo, com os meus sentidos pêsames a toda a sua família)
mal abri o correio das mensagens:
Era dura. De luto. Negra. Forte.
Tinha o peso da noite e da voragem.
Tinha o aceno do adeus, do até sempre,
e carregava doridos os sobrolhos.
A notícia trazia o lamento
da morte que mordia os nossos olhos.
Como dói a partida de um amigo
que se foi, nos deixou sem o presigo
de dois dedos de conversa, sem contacto.
Mas um amigo não morre, só se ausenta:
e passado o cabo das tormentas,
sai da boca de cena (e do teatro).
Domingos da Mota
(logo após ter recebido a notícia do falecimento do Doutor Fernando Peixoto, poeta, homem das letras e do teatro, e amigo, com os meus sentidos pêsames a toda a sua família)
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