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sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

SESSÂO DE POESIA DEDICADA a MANUEL ALEGRE

Em nome de um Grupo de Cidadãos INDEPENDENTES, de Vila Nova de Gaia, apoiantes da Candidatura de MANUEL ALEGRE à Presidência da República, convidamo-vos a estarem presentes e a divulgarem a seguinte acção de campanha:

SESSÂO DE POESIA DEDICADA A MANUEL ALEGRE - Dia 7 de janeiro de 2011,(Sexta-Feira) pelas 21 horas e 30 minutos no Auditório da Biblioteca Municipal de Gaia, à Rua de Angola.
Esta sessão constará da leitura de poemas da autoria de Manuel Alegre, bem assim como de poemas/textos a ele dedicados.

Estarão presentes declamadores e dizedores de reconhecido valor, bem assim como contaremos com a presença do jovem violinista António Neves.

Para mais informações contacte com:

Aristides Silva - 916 006 950 ou eduardo roseira - 966 238 966

Gratos desde já pela vossa presença e por toda a divulgação deste evento.

sábado, 25 de dezembro de 2010

NATAL



Toc-toc-toc
quem é que lá vem?...
José e Maria
prestes a ser Mãe.
(Foge enquanto é dia!
Foge pra Belém!...)
Toc-toc-toc
burrico aluado...
no lombo da Senhora
S. José ao lado.
(Cansado e a pé
medita cansado...)
Toc-toc-toc
quem é que lá vem?...
José e Maria
e Jesus Também
(Que a Senhora O tem
e o Senhor Os guia...)
Toc-toc-toc
( e o rosário aberto)
- José, inda tarda?
- Maria é já perto!
(Senhor, quando vem
Terra de Belém?...)
Toc-toc-toc
Dezembro. Cai neve.
Nem tecto no cimo,
nem cama, não teve...
Nem lençol de linho.
Palha, a do palheiro...
Que lençol mesquinho
sobre o Mundo Inteiro!...
- Ai o meu Menino
nascido no frio
de corpo nuzinho
como decidiu...

Fez-se Deus-Menino
o Menino-Deus
nascido entre os homens
prós levar aos Céus!...
No curral de pedra
de quatro paredes
nem neve nem chuva
só estrelas verdes...

A vaca e o burro
(S. josé no meio)
mais feliz que tudo
o Menino ao Seio.
O Menino ao Seio
de Nossa Senhora...
- Pausa, caminheiro!...
Que o caminho é velho
e é Natal
agora!...


Manuela Oracy - Lisboa - 1974


Imagem: sapo.pt
Nota: Manuela Oracy foi amiga e companheira de lides culturais em diversas publicações literárias, do Poeta Fernando Pinto Ribeiro, meu amigo, Mestre, confidente e incansável colaborador do "lavra...Boletim de Poesia"

terça-feira, 21 de dezembro de 2010

HOMEM MAU, HOMEM BOM



Enquanto aguardava no corredor da Pediatria do Hospital de São João do Porto, para no âmbito do meu espectáculo “Palavras Vivas”, poder fazer mais visitas aos pequenos que estavam nas enfermarias, e após ter estado a “contar poemas” na sala de convívio, ouço uma voz que me diz:
“- Olha, tens mais histórias para contar?” – era o Gaspar, figura franzina e infantilmente traquina – que me abordou e a quem respondi: “Tenho mais histórias, mas fica para outro dia, está bem?”
“- Oh, mas eu queria que me contasses a história do “Homem Mau”
Disse-lhe que já não havia o “Homem Mau”, pois agora só existia o “Homem Bom”.
De imediato, atirou um:
“- Ai é?...ele matou o homem mau?”…
… quase sem palavras, após um breve silêncio, lá respondi que o “Homem Bom” não matava ninguém, o “Homem Mau” é que tinha resolvido ir embora, farto de ninguém gostar dele.
Virando-me as costas, o pequeno Gaspar encolheu os ombros e disse-me:
“ – Tá bem…tchau…”

À minha mente veio-me o poema de António Gedeão, “Dia de Natal”, que começa assim:

Hoje é dia de ser bom.
É dia de passar a mão pelo rosto das crianças,
de falar e de ouvir com mavioso tom,
de abraçar toda a gente e de oferecer lembranças…
……………………………….
……………………………….
……………………………….

Para mais adiante continuar:

…Mas a maior felicidade é a da gente pequena,
naquela véspera santa
a sua comoção é tanta, tanta, tanta,
que nem dorme serena.

Cada menino
abre um olinho
na noite incerta
para ver se a aurora
já está desperta.
De manhãzinha
salta da cama,
corre à cozinha
mesmo em pijama.

Ah!!!!!!!

Na branda macieza
da matutina luz
aguarda-o a surpresa
do Menino Jesus.

Jesus,
o doce Jesus,
o mesmo que nasceu na manjedoura,
veio pôr no sapatinho
do Pedrinho
uma metralhadora.

Que alegria
Reinou naquela casa em todo o santo dia!
O Pedrinho, estrategicamente escondido atrás das portas,
fuzilava tudo com devastadoras rajadas
e obrigava as criadas
a caírem no chão como se fossem mortas:
tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá.
Já está!
E fazia-as erguer para de novo matá-las.
E até mesmo a mamã e o sisudo papá
fingiam
que caíam
crivados de balas…………
……………………………….
………………………………..   
Porto, 15/12/2010
eduardo roseira
com excertos do poema “Dia de Natal”
de António Gedeão
  


MARCADOR





MARCADOR

Isto
é um marcador
dum livro
que anda
sempre contigo,
que o andas
a ler
aos poucos.
Mas
sê tu também
um livro
e deixa-te ler
por outros.

Aguarda que
o marcador pare
na página do amor.

Depois
pousa o livro
na mesinha
de cabeceira
e que o teu leitor
leia amor
no teu corpo
a noite inteira.

Se alguém
te disser
que te amou
demasiado
não queiras
o excesso devolver.
Guarda-o
no cofre da saudade
para ser recordado
para te ajudar a viver
e no meio dos teus ais.
Lembra-te que
Ninguém ama demais.

Silvino Figueiredo
(Figas de Saint Pierre
de La Buraque)
Gondomar

(Poema lido por eduardo roseira, no dia 18 de dezembro de 2010, na sessão de poesia na Galeria Vieira Portuense, no Porto)

Imagem: sapo imagens 

sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

CAVACO SILVA E A FOME...(de poder)



Segundo o canal televisivo SIC, o Presidente da República, Cavaco Silva, considerou que os portugueses têm de se sentir "envergonhados" por existirem em Portugal pessoas com fome, um "flagelo" que se tem propagado pelos mais desfavorecidos de forma "envergonhada e silenciosa".
Senhor Presidente, quero dizer-lhe que lhe dou toda a razão, realmente os portugueses devem ter vergonha de haver outros portugueses com fome neste País! Eu também tenho vergonha, mas é que existam pessoas com fome, no desemprego, com salários de miséria, com pobreza envergonhada, a trabalhar como escravos a recibo verde, jovens licenciados sem futuro...realmente eu tenho vergonha de ter havido portugueses que votaram um dia em si e no Sócrates para governarem este Portugal e terem cometido o erro de o eleger para Presidente. Eu tenho vergonha é de haver políticos como vocês, que colocaram Portugal na situação em que está e ao fim destes anos todos, lavam as mãos com Pilatos e vem dizer-nos que devemos ter vergonha. Leia nas entrelinhas destas minhas palavras todos os nomes que pessoas como os senhores merecem ser chamados. VERGONHA TENHAM VOCÊS, DESSA FOME DE PODER!  

eduardo roseira

Foto: sapo - imagens 

quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

PONHO PAIXÃO NA RIMA


Se colocar em cada poema que escrever
A emoção que sempre ataca a minha alma
Com certeza que não irei espelhar a calma
Nem transmiti-la a todo aquele que me ler

Se imprimir em cada poema que escrevo
As aflições que o peito sente cada instante
Com certeza que irei levar mais adiante
A paixão que dou na escrita e que não devo

Cada linha, é cada verso, é uma chaga
Cada linha, é cada mágoa, já afogada
Cada linha é um lume que não se apaga

Cada linha, é como branda chicotada
Cada poema, é um néctar que me embriaga
Cada poema, é uma obra inacabada


José Guerreiro
in: "Poesia Silvestre - Versos em Tom Menor"
2010

Imagem - "Obra Inacabada", escultura em madeira
de Felix Martinez Losa (Espanha)