contemplando morros de mochem
e palhotas e palhotas de amor
embalei um sonho para acordar realidade.
não ver mais cinzas negras da morte
nem meninos de olhos magoados.
meninos iguais ao meu, ao teu
iguais aos filhos de todos os nós.
alguma vez te perguntaste se eram felizes?
meninos de olhos tristes.
brinquedos de armas e catanas.
embalei o meu sonho no berço da esperança
contemplando morros de mochem e palhotas de amor
vi um povo irmão, livre, com um futuro melhor.
em vez de armas e catanas, brinquedos e livros.
um sorriso nos olhos, um coração verde.
Teresa Gonçalves
In: "Pleno Verbo", Edium Editores,
S. Mamede de Infesta, Maio de 2011
1 comentário:
Um poema de grande beleza
É um grito no silêncio amordaçado ecoando pelos morros e palhotas .
Quantos meninos de rosto rasgado pela fome e a violência das catanas...
Quantos...? Quantos...?
Só Deus sabe.
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