à tarde
há homens velhos
pousados em mesas de granito
por baixo da árvore tão gasta
como eles,
baralhando ouros e paus
dando copas e espadas.
à tarde
há homens velhos
que em imenso bluf
vão enganando o tempo
e os seus gastos alicerces.
à tarde
há homens velhos
que inventam trunfos
para dourar os dias
riscando no papel
traço a traço
as suas poucas alegrias.
à tarde
há homens velhos…
à tarde
há homens…
à tarde
há velhos…
à tarde
há…
tarde…
eduardo roseira
VNGaia
27-dez-2011
Imagem: sapo.pt
2 comentários:
Muito bem
Gostei muito de
à tarde
é um retrato muito real e verdadeiro
Fernanda
Gosto muito deste poema.
À tarde, à noite e durante o dia há homens velhos com o tempo gasto...
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