“Há pessoas que são autênticos requerimentos ambulantes de infelicidade.”
Fernando Tavarespega-se numa caneta
em forma de dedo acusador,
com a qual se escreve
num papel de vinte e cinco
rugas de amarguras,
todas as maleitas,
azares e quejandos.
depois da graça.
em relatório imenso,
seguem-se à desfilada,
num metralhar intenso
as dores que se sentem
por tudo e por nada,
a par daquelas que não as tendo...
...se consentem.
sem nada olvidar,
desfiam-se todas as dores:
- as que a custo nos põe a pensar
e as que fazem de nós, uns estupores.
- as que nos ferem a alma.
- as que nos causam transtorno.
- as que nos levam a calma
e mesmo até as dores de corno.
puxando ao sentimento,
segundo o grau de infelicidade
e inspiração de momento.
apela-se à caridade.
a finalizar, em confrangedor
choro de sofrimento.
ao primeiro que se encontre,
em tom sofredor,
pede-se deferimento.
mas, caso a sua reacção
seja de incrudelidade.
atira-se-lhes com um rotundo: - NÃO!
- olhe, que eu sou:
- um requerimento de infelicidade!!!
eduardo roseira
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