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domingo, 25 de março de 2012

frente a frente... - um poema do real escrito no Dia Mundial da Poesia


frente a frente
tu de Ipad na mão
lês um e-book.
eu, folheio um livro.

tecnologicamente
sorris para mim.
eu, faço de conta
que não sinto o teu olhar
e viro mais uma página
do livro que me deixa
na mão rastos de tinta.
tu, sorris orgulhoso
exibes o Ipad, com pinta
que tem o tal e-book.
estás no virtual.
o meu livro tem gralhas,
defeito de ser tão real.
além disso o meu livro
não tem truques
e está isento de vírus
e cooquies…
tu continuas de Ipad na mão,
todo prazenteiro.
eu, página a página
disfruto o livro
e feliz sinto
o seu cheiro!

eduardo roseira
VNGaia
21-3-12
Dia Mundial da Poesia
(História verdadeira de um frente a frente, 
entre um livro e um Ipad, durante uma 
viagem de metro.)

quarta-feira, 21 de março de 2012

"O Poema Pode Ser", de Aristides Silva, no DIA MUNDIAL DA POESIA












Aristides Silva a dizer poesia na Biblioteca Municipal de Gaia


Antes de mais, o poema
é sentido e pensado
e só depois é escrito.
Pode ser lido ou dito,
cantado e até musicado.
Mas, muito mais do que isto,
o poema deve ser
divulgado e vivido!
Não só por quem o sentiu
mas também por quem o disse,
cantou, leu,
ou apenas o escreveu.
O poema, para o ser,
deve mudar, transformar
em ser o que é parecer!
Não necessita rimar.
O poema pode ser
um triste fado ou canção.
Hino ou balada.
Tudo ou nada.
Pode ser soneto ou quadra,
com refrão, sem estribilho.
O poema, após nascer,
é para o poeta um filho
que, embora escrito à mão,
saiu do seu coração!

Façamos versos, pois então!...

Aristides Silva


Imagem de: José Mário Roseira

quinta-feira, 15 de março de 2012

NO RITMO DAS PALAVRAS


À Fernanda Cardoso


entrar no ritmo das palavras
e sequiosamente
absorvê-las.

ouvir atentamente
o cantar
sílaba a sílaba
dos versos que dizes.

entrar no ritmo das palavras
quando em tom ternura
falas amor
e em voz tremura
dizes horror.

perceber em tudo,
até no silêncio
das tuas deixas
a mensagem
que da tua voz
emana….

e permanecer
no ritmo das palavras…

Eduardo Roseira
Porto
15 de Março de 2012

Imagem: retirada com a devida vénia de:  http://poesianagaleria.blogspot.com

segunda-feira, 12 de março de 2012

O MENINO - ou a saudade não tem horário




ao meu filho Sérgio Filipe
à Cândida Nunes com carinho

um dia o menino…
(será sempre o nosso menino)
cansou-se de estar no retrato
e (como sempre) sorridente
saíu da moldura…

sem licença, nem passaporte
(que os bons não precisam de tal),
partiu a caminho da lua
e de nova sorte,
com breves paragens
em muitas estrelas.

na bagagem
levou milhões de sorrisos
para,  aos amigos do céu dar.
e de estrela em estrela
continua a sua viagem,
sempre a sorrisos distribuir.

meia volta
volta e meia,
ao olharmos para o céu,
mesmo com sol a raiar,
lá está ele sentado numa
estrela, a sorrir
e a acenar, dizendo:
“- olá, ando aqui a viajar…”
- para logo baixinho, acrescentar -
“…e a fazer cócegas às estrelas,
ensinando-as a sorrir…
a sorrir…
sorrir…
sorrir…”

  eduardo roseira
8 de março de 2012