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sábado, 30 de agosto de 2008

JOGOS PARALÍMPICOS PEQUIM 2008

A Delegação portuguesa aos Jogos Paralímpicos de Pequim, que se realizam entre os dias 6 e 17 de Setembro de 2008, já está na China. Portugal está representado por 33 atletas, entre os quais 12 estreantes, e todos eles fazem uma única promessa, como principal oblectivo, que é a de terem um grande empenho e honrarem o nosso País.A comitiva - 8.ª missão portuguesa aos Jogos Paralímpicos - integra ainda 48 elementos do staff .Os atletas portugueses, 23 masculinos e 10 femininos, vão participar num total de 39 provas, nas modalidades de atletismo, boccia, ciclismo, equitação, natação e vela. Os Jogos Paralímpicos de Pequim, contarão com a presença de 4.000 atletas, de 140 países, que competirão em 20 modalidades.

Atletas portugueses presentes:

- Atletismo:
Alexandrino Silva
Carlos Ferreira
Carlos Lopes
Firmino Batista
Gabriel Potra
Gabriel Macchi
José Monteiro
Jorge Pina
Luís Gonçalves
Graça Fernandes
Nuno Alves
Ricardo Vale

- Boccia:
António Marques
Armando Costa
Bruno Valentim
Cristina Gonçalves
Eunice Raimundo
Fernando Pereira
Fernando Ferreira
João Paulo Fernandes
Mário Peixoto

- Ciclismo:
Augusto Pereira

- Equitação:
Sara Duarte

- Natação:
David Grachat
Diana Guimarães
Joana Calado
João Martins
Leila Marques
Nelson Lopes
Perpétua Vaza
Simone Fragoso

- Vela:
Bento Amaral
Luísa Silvano

Estamos com estes atletas ditos diferentes, que antes de alcançarem as marcas mínimas para irem aos Jogos, já venceram os “jogos” impostos pelas barreiras das indiferenças físicas, materiais e principalmente das sociais.

sexta-feira, 29 de agosto de 2008

LINHA DO TUA - 2

Oh, vizinho, eu, até me arrepiei todinho, só de pensar que por mais uns dias e você é que descarrilava. Quanto à linha do Tua, eu sei que é de uma beleza única, quantos aos combóios acabarem, é pena, para quem a usa e para o turismo. A barragem vai ter os seus pontos positivos e negativos, mas ao menos acabam os acidentes, os mortos e feridos, já que responsáveis nínguem os vê. Aqui para nós, eu que até tenho um terreno que herdei por parte dum falecido tio, que Deus tenha, que não tinha filhos, terreno esse que está entre a linha e o rio, que eu vedei com arame e tenho lá umas couvitas e umas vinhas, que nada produzem, mas eu vou-as mantendo, na esperança de que, como está "trabalhado" e situado na zona que vai ficar alagada pela bacia da futura barragem, na altura de negociar, com umas influênciazitas que tenho, troco-o por outro e ainda fico a ganhar. Tenho pena da linha, mas é como dizem: - São coisa do progresso! Temos que pensar no (nosso) futuro, não é...

quinta-feira, 28 de agosto de 2008

LINHA DO TUA



Mais uma viagem...mais um desastre..., entrem...entrem...senhoras e senhores...meninos e meninas...que o combóio vai partir....mas antes façam um seguro de vida e outro seguro para pagarem os prejuízos à CP/REFER e quiça ao Governo, se o combóio descarrilar.
Digo isto, porque como diz o outro (clubedospensadores.blogspot.com), como os desastres que tem havido na linha do Tua, não são culpa nem do estado da linha, nem dos condutores/revisores/maquinistas(fazem tudo), por este descarrilar "a culpa deve ser mesmo dos passageiros que nela viajam".
Já agora a foto que acompanha este "post", foi tirada por mim, precisamente 5 dias antes e exactamente no local do acidente, podem ver a ponte. A carruagem em que viajei foi a mesma do desastre, e coincidências à parte, mas a viagem que fiz foi também no sentido Mirandela/Tua, e resolvi fazê-la, porque já não passava por lá, vai aí para uns 6 anos, e também porque tal com disse à minha esposa, "Vamos aproveitar antes que eles fechem a linha por causa da barragem!"...5 dias depois...mais um desastre sem culpados!
NÂO AO ENCERRAMENTO DA LINHA DO TUA!!!

o homem que contava os dias...


o homem que contava os dias
para os outros,
alheava-se da matemática
do sentimento - cifrão.

dia
a
dia
(des)atento,
lá ia saboreando,
de forma sistemática,
(e quinzenal MENTE),
o contabilizar do tempo - cão.

eduardo roseira
Abril/2007

terça-feira, 26 de agosto de 2008

(Res)CALDO OLÍMPICO


Pois é, em tempo de rescaldo, começo por dar os parabéns aos ganhadores de ouro e prata, a par dos que na vela, na canoagem, no remo, estiveram por muito pouco no pódio, que mereciam. Uma palavra de louvor, também, para os que alcançaram recordes nacionais e pessoais.
É sabido que os muitos analistas do desporto (e não só) nacional, mandam “bitaites” para todos os gostos, uns dizendo que foi péssimo, outros normal, e alguns que foi muito bom. Eu acho que para o País que somos, olhando ao “ranking” da tabela dos países medalhados, o termos ficado no lugar 48 a nível Mundial e no 28 a nível Europeu, não foi nada mau, isto a ver pelos lugares na tabela de países como a Suécia, a Grécia, Áustria e até mesmo a África do Sul.
Este foi em resumo o Rescaldo, é tempo agora de falarmos do Caldo…que foi entornado por alguns dos atletas e até mesmo pelo responsável máximo da Delegação Olímpica. Para eles aqui vão as minhas medalhas e diplomas na categoria dos: - RIDÍCULOS.

Medalha de Ouro do Ridículo – (EX-EAQUEO)

VICENTE MOURA
Presidente do COP – Comité Olímpico Português
Disse antes dos Jogos: Disse e foi mais longe… comprometeu-se por escrito a trazer 4 a 5 medalhas!
Disse depois: Como não havia medalhas e só havia desculpas esfarrapadas a par de fracas prestações, disse em directo à RTP, que não se iria recandidatar e que os atletas tinham “falta de brio e profissionalismo”, para poucas horas depois desmentir essas declarações ao Rádio Clube Português. Entretanto como chegou a Prata da Vanessa e o Ouro do Nelson, veio a público dizer que afinal os resultados até que não eram assim tão maus e que se iria recandidatar!
Acrescento eu: Oh! Homem decida-se!... Ou é ou não é... então manda de volta o Marco Fortes, que na natural inexperiência dos seus 22 anos e no seu modo de encarar com humor a vida, teve declarações que “acordaram” os portugueses, sim mesmo até os que (…pobre povo…) tem andado a dormir com a situação deste pobre Portugal. Em meu entender, quando mandou o moço de volta devia ter vindo com ele!

MIGUEL RALÃO DUARTE
Hipismo – Desistiu na prova de “Dressage”
Disse antes dos Jogos: “… o primeiro objectivo, … era ir ao Jogos. Agora quero passar aos 25 melhores …. e ir à final Freestyle…”
Disse depois: “…quando entrei no recinto percebi logo que a égua estava com medo (…) …. ela (a égua) entrou em histeria com medo do ecrã. (placard electrónico)”
Acrescento eu: Ai…Ai…Ai…quem entra em histeria sou eu! Porra! Até o raio da égua serve para desculpa,,, vá lá este não se queixa dos árbitros…, mas o mais ridículo de tudo isto, é que ouvi dizer que não foi a primeira vez que a égua assim se portou, para a próxima será melhor ou não ir, ou então levar a coitada a um psicólogo, que o cavaleiro já não vai lá das “mãos”, nem de gatas…

Medalha de Prata do Ridículo

ARNALDO ABRANTES
Atletismo – Afastado na 1.ª eliminatória dos 200 metros
Disse antes dos Jogos: “…acho que vai ser espectacular entrar naquele estádio cheio. Pretendo passar aos quartos de final e bater o recorde pessoal,,,”
Disse depois: “…entrar neste estádio cheio bloqueou-me um pouco…Foi bom ter apanhado aqui este banhozinho…esta tareiazinha e agora ir para casa descansar.”
Acrescento eu: OK, pá, descanso sim…mas já que estás habituado, só depois doutra “tareiazinha” e dum “banhozinho” com água muito geladinha para te refrescar as ideias…


Medalha de Bronze do Ridículo

MARCO FORTES
Atletismo – 38.º lugar no lançamento do peso
Disse antes dos Jogos: “…Este ano fiz uma época espectacular, grandes resultados e grandes provas, …. Acredito que o sonho é possível.” – Já em Pequim em conferência de imprensa, com o seu bom humor, sobre os seus adversários, referiu: “…eles podem ser grandes, mas não são fortes.”
Disse depois: “ …de manhã só é bom na caminha, pelo menos comigo…se não consegui mais é porque o meu corpo não deu.”
Acrescento eu: …e pelos vistos a cabecinha também não deu…e digo mais,,, gosto da tua forma de encarares a vida, mesmo nos maus momentos, com humor, …. mas alguém já te devia ter dito que vives num país ainda muito cinzento….tens de aprender a viver com isso, entretanto pressinto que um dia destes te vou ver na TV, num qualquer “reality show” ou programa de “stand up”…


Diplomas de Honra do Ridículo

1 – VÂNIA SILVA
Atletismo – 46.ª no lançamento do martelo
Disse antes dos Jogos: “Chegar à final é um sonho. O Objectivo é ficar entre as 16 melhores.”
Disse depois: “A única explicação é que, infelizmente, não sou muito dada a este tipo de competições. Em campeonatos da Europa, do Mundo e Jogos Olímpicos, o melhor que fiz foi 63 metros nos últimos Jogos.”
Acrescento eu: Ai que estou como a égua (!) …mesmo sem ver placard, ainda entro em histeria!... Então deixaram-te ir…e tu aceitas-te?!... ah! foi um incentivo. Confessa lá, tu és da família do Fernando Mamede?

2 – JÉSSICA AUGUSTO
Atletismo – 14.ª na 1.ª ronda dos 3000 metros obstáculos
Disse antes dos Jogos: “Um bom resultado é ir à final e depois logo se vê.”
Disse depois: “Agora vou de férias. Treinei para os 3000 metros obstáculos. Não vou aos 5000 metros. As africanas são fortes. Não vale a pena.”
Acrescento eu: Realmente não valia a pena teres ido lá, ficavas de “férias” por cá e desistias por e-mail. Mas podes ir de férias, se é esse o teu querer, desde que me prometas não ires fazê-las a Londres em…..2012!

3 – TELMA MONTEIRO
Judo – 9.º lugar – (na especialidade de 52 quilos)
Disse antes dos Jogos: “Ao pensar que posso ganhar, torna-se mais fácil lutar pelos objectivos. Após o 2.º lugar no Mundial, vou para os Jogos à procura da medalha de ouro.”
Disse depois: “Não tivemos uma competição justa. Lutei um pouco contra os árbitros. Saí com vontade de rir….”
Acrescento eu: …ainda por cima, achas piada…porquê os árbitros também te contaram piadas?

4 – JOÃO PINA
Judo – 11.º lugar – (na especialidade de 73 quilos)
Disse antes dos Jogos: “Estou mais maduro e numa posição que me pode permitir alcançar um grande resultado, que passa pela conquista de uma medalha.”
Disse depois: “Muitas vezes esses países (asiáticos) não se mostram muito, não aparecem para não serem controlados no doping. (…) Às vezes há umas arbitragens mais tendenciosas e no judo dá para puxar mais para um lado sem dar nas vistas.”
Acrescento eu: Até parece o nosso futebol, … os árbitros!... Os árbitros!... Só queria que me dissesses: - O que é que tu sabes com aquela alusão ao doping?

5 – FRANCIS OBIKWELU
Atletismo – 6.º na meia-final dos 100 metros
Disse antes dos Jogos: “Sinto que posso ser campeão olímpico. Estou melhor do que em Atenas. Já dizem que estou mais perigoso.”
Disse depois: “… Eu estou a ganhar dinheiro porque o povo português está a pagar para eu estar aqui e não consegui chegar à final.”
Acrescento eu: Sempre simples este Francis! Mas para mim a maior desilusão foi mesmo tu nem sequer alinhares à partida na prova dos 200 metros! Só gostaria que a tua Treinadora, nos dissesse o porquê de não ter apostado nos 200 em lugar dos 100?...

6 – GUSTAVO LIMA
Vela – 4.º lugar na classe laser
Disse antes dos Jogos: “Já fui campeão regional, nacional, europeu e mundial. Só me falta uma medalha olímpica.”
Disse depois: “Continuar a ganhar 1000 euros por mês não é suficiente para um atleta (…) Não tenho nem um Benfica nem um Porto por trás (…) que me dêem as condições que necessito para velejar e ser um dos melhores do Mundo.”
Acrescento eu: Acorda! Tu já és um dos melhores do Mundo! Tens razão na falta de apoios, mas olha que ao que me parece a Vanessa e o Nelson, não iam a lado nenhum se contassem só com o dinheiro que recebem do Benfica.


NOTA MUITO IMPORTANTE:
Ainda antes de começarem os Jogos Paralímpicos, a minha MEDALHA DE PLATINA vai todos esses heróis que ainda antes de ganharem medalhas, e já trouxeram muitas, são os vencedores na VIDA!

eduardo roseira

Post scriptum: Poema a propósito –

POEMA EM LINHA RECTA

Nunca conheci quem tivesse levado porrada.

Todos os meus conhecidos têm sido campeões em tudo.
E eu, tantas vezes reles, tantas vezes porco, tantas vezes vil,

Eu tantas vezes irrespondivelmente parasita,Indesculpavelmente sujo,

Eu, que tantas vezes não tenho tido paciência para tomar banho,

Eu, que tantas vezes tenho sido ridículo, absurdo,

Que tenho enrolado os pés publicamente nos tapetes das etiquetas,

Que tenho sido grotesco, mesquinho, submisso e arrogante,

Que tenho sofrido enxovalhos e calado,

Que quando não tenho calado, tenho sido mais ridículo ainda;

Eu, que tenho sido cómico às criadas de hotel,

Eu, que tenho sentido o piscar de olhos dos moços de fretes,

Eu, que tenho feito vergonhas financeiras, pedido emprestado sem pagar,

Eu, que, quando a hora do soco surgiu, me tenho agachado

Para fora da possibilidade do soco;

Eu, que tenho sofrido a angústia das pequenas coisas ridículas,

Eu verifico que não tenho par nisto tudo neste mundo.
Toda a gente que eu conheço e que fala comigo

Nunca teve um acto ridículo, nunca sofreu enxovalho,

Nunca foi senão príncipe - todos eles príncipes - na vida…
Quem me dera ouvir de alguém a voz humana

Que confessasse não um pecado, mas uma infâmia;

Que contasse, não uma violência, mas uma cobardia!

Não, são todos o Ideal, se os oiço e me falam.

Quem há neste largo mundo que me confesse que uma vez foi vil?

Ó príncipes, meus irmãos,
Arre, estou farto de semideuses!

Onde é que há gente no mundo?
Então sou só eu que é vil e erróneo nesta terra?

Fernando Pessoa (Poesias de Álvaro de Campos)


sábado, 23 de agosto de 2008

APRESENTAÇÃO DE BALBINA


O DESESPERO DE BALBINA

Balbina, assim se chamava uma eterna e esperançosa casadoira, já na casa dos quarenta, professora de profissão, que nem mesmo nos seus inteligentes ensinamentos, encontrava solução para o problema que a afligia desde que já moça, passou a jogar pelo Benfica, logo ela que até era adepta ferrenha do Esperança Sporting Clube.
Tudo começou quando teve a sua estreia no teatro da Menorreia, não se sabe se por bruxedo; inveja ou coisa que o valha, lhe caíu em cima a maldição:
- Assim que a dita entrou em acção, ficou com a vagina envolta em arame farpado. E não havia médico especialista que desse conta do grave problema que afligia a Balbina, que entre outras coisas não ganhava para cuecas, tal era a pressa com que as mesmas se rasgavam.
A formosa Balbina, escondia a todo o custo o seu mal, sempre na esperança de um dia poder vir a inscrever-se na JSD, para apoiar a moção: “POR UMA BOA QUECA”, apresentada, já lá vão uns anitos, no Congresso dos “jotas laranjinhas” na Figueira da Foz.
Os anos iam passando e a boa Balbina, cada vez mais atazanada dos miolos, pensou em suicidar-se, mas resolveu alistar-se como voluntária no Exército, onde não a aceitaram em virtude de temerem futuros problemas que a ferrugem poderia causar à saúde dos militares daquela instituição. Foi aí que ela resolveu dedicar-se ao professorado.
Já mulher, a fogosa rapariga, mesmo feita de arame, porque não era de pau, deixou-se enrolar por um talhante que se lhe fez à febra, ao qual ela já em suores acalorados, não resistiu e abriu-se aos seus intentos amorosos.
Aconteceu assim o primeiro desgosto amoroso da sua vida. É que o pobre do homem, quando se mandou ao bife, ficou com a morcela feita em picadinho.
Os anos iam passando e a Balbina, cada vez mais formosa, era assediada por tudo quanto era homem. Desde o leiteiro que se lhe fez à vasilha, até ao padeiro, que com ela não conseguiu fazer farinha. Enfim, era uma bicha deles, todos à espera de melhor sorte na rifa, e não havia nem a terminação, fosse para quem fosse. Chegou mesmo a correr o boato de que a Balbina era fufa. Coitada da rapariga, fufa, ela que suspirava por quantos poros tinha, por homem! Realmente,” um mal nunca vem só!”
Um dia já disposta a tudo, até porque “ não há mal que sempre dure”, encheu-se de coragem e pegando no telefone, discou o : 000 69 69 69, do telefone da amizade, um lugar onde se encontram os desesperados; os desiludidos; os que sofrem das dores de alma ou das dores de corno, a par de outros tantos que buscam naquela linha a resolução dos seus problemas.
Foi nesse telefonema que surgiu o amor à primeira chamada, para desgosto dos donos da linha, que se assim continuar vêem o negócio ir pela rede de esgotos a baixo.
Ele chamava-se Arménio, mecânico de profissão e tal como a Balbina, tinha um problema idêntico, é que de cada vez que a tusa apertava ele ejaculava, imaginem só, nada mais, nada menos do que arame farpado! Um mal que o afligia desde que ele bebeu duma assentada só, uma garrafa de litro e meio de uma água mineral, proveniente de uma fonte com exagerado teor de ferro, que provocava tal efeito a quem a bebesse.
Arménio e Balbina, combinaram logo um encontro para esse mesmo dia, no qual foram assistir a um concerto do Emanuel, donde saíram alegremente a cantar:
- E NÓS PIMBA !
- E NÓS PIMBA !
O mote estava dado, foram até casa do Arménio, onde naturalmente:
- PIMBA !
Foi um enlace entre os corpos de Arménio e Balbina.
O amor escorria pelas paredes abaixo.
Era o milagre que ambos à tanto esperavam.
Apesar de calmo, Arménio foi aos arames.
Balbina, mesmo a atravessar a sua fase de Cataménio, sentiu-se tal como o seu companheiro, realizada nos campos do amor e do sexo.
Balbina tinha enfim, encontrado o homem da sua vida. É que Arménio era o único homem, que ao penetrá-la, não gritava:
- PORRA, PIQUEI-ME !
(apresentação escrita pelo Reformado vizinho e amigo de infância)

A CAMINHADA


garrafa de água na mão
óculos escuros no toutiço
passeando a celulite
pelo passadiço,
lá vai, curto calção
em perna leite
bem estriada,
a loira ambulante
e enganada,
pensando ser bela
e espanpanante.

analfadas nalgas
a dar…a dar…
mp-4 ao pendurelho,
bem em cima
da câmara de ar.
constante olhar
de fita métrica
a pesar as alheias gorduras
que consigo cruzam
em stressado caminhar,
como que fugindo
às dietéticas torturas
com que ilude o seu estar.

António Luia
VNGaia

segunda-feira, 11 de agosto de 2008

CÒDIGO DE BARRAS

Desenho de: J-Leitão Baptista
era abril de 1974
soltavam-se as amarras.
hoje os políticos são só retrato
nós um código de barras.
eduardo roseira
in: "a colheita íntima"
poesia, 2003
lavra...Editorial, Gaia

segunda-feira, 4 de agosto de 2008

DISCRIMINAÇÃO TECNOLÓGICA

Anda, e muito bem o nosso Primeiro-Ministro a investir nas “Novas Tecnologias”, ele “dá” PC’s (Personal Computer,) seus mal intencionados…pensavam o quê?, a tudo quanto é estudante.
Ora foram os da “Novas Oportunidades”, os Universitários, os alunos do 7.º até ao 12.º ano e agora oferece um “Magalhães”, assim se chama o mini computador às crianças do 1.º até ao 4.º ano de escolaridade.
Todas estas medidas foram vivamente noticiadas com maior ou menor pompa e aplaudidas por muitos, inclusive pelo Presidente da CONFAP (Confederação Nacional das Associações de Pais), pois esse mesmo, o que anda sempre a dizer que sim com a Ministra da Educação.
Eu também aplaudo todas estas facilidades e benesses para aquisição dos portáteis, só espero que o “Magalhães” não esteja “preso”, leia-se obrigado à fidelização a uma qualquer rede para ter Internet.
Por outro lado, há uma coisa que não entendo, ou seja, porque motivo existe um vazio que é o do não investimento, quero dizer facilidades de aquisição, para os alunos dos 5.º e 6.º anos de Escolaridade.
Então, senhores dos aplausos e do beija-mão, não é só aplaudir, também tem que dizer o que está mal.
Afinal, ou “comem todos” ou…é pura DISCRIMINAÇÃO TECNOLÓGICA!

eduardo roseira

domingo, 3 de agosto de 2008

PÁTRIA

O DOIDO, na escuridão:

Tive castelos, fortalezas pelo mundo...
Não tenho casa, não tenho pão!...
Tive navios... milhões de frotas... Mar profundo,
Onde é que estão?... onde é que estão?!...
Tive uma espada... Ah, como um raio, ardia, ardia
Na minha mão!...
Quem ma levou? quem ma trocou, quando eu dormia,
Por um bordão?!...
E tive um nome... um nome grande... e clamo e clamo,
Que expiação!
A perguntar, a perguntar como me chamo!...
Como me chamo? Como me chamo?...
Ai! não me lembro!... perdi o nome na escuridão!...

[…………]

Guerra Junqueiro