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sexta-feira, 3 de outubro de 2008

Soneto de despedida

A notícia chegou, bateu-me à porta,
mal abri o correio das mensagens:
Era dura. De luto. Negra. Forte.

Tinha o peso da noite e da voragem.


Tinha o aceno do adeus, do até sempre,
e carregava doridos os sobrolhos.
A notícia trazia o lamento
da morte que mordia os nossos olhos. 

Como dói a partida de um amigo
que se foi, nos deixou sem o presigo
de dois dedos de conversa, sem contacto.


Mas um amigo não morre, só se ausenta:
e passado o cabo das tormentas,

sai da boca de cena (e do teatro).



Domingos da Mota



(logo após ter recebido a notícia do falecimento do Doutor Fernando Peixoto, poeta, homem das letras e do teatro, e amigo, com os meus sentidos pêsames a toda a sua família)




5 comentários:

Menina Marota disse...

Solidária, na despedida a um Amigo e Homem da Poesia e de Teatro.

Permanecerá no meu coração pelo seu talento e ternura.

joaquim disse...

Caro amigo,

Perfeito na homenagem ao nosso amigo comum, tomei a ousadia de publicar este poema no blog do Poesis, mas para a causa que nos une (triste no momento) não leve a mal.
Visite o nosso blog: http://poesisite.blogspot.com/
abraço amigo Joaquim paulo Silva

A.S. disse...

"NA BRUMA QUE DE LEVE SE DESFAZ
TOMARÁS FORMAS VOLÁTÉIS E SUPREMAS!
SERÁS ESTRELA, NUVEM, TANTO FAZ;
ROCHA, MAR, AREIA OU VENTO,
UM PONTO, UM ÁTOMO, UM MOMENTO!
MAS DEIXARÁS INTACTOS TEUS POEMAS"!


ATÉ SEMPRE meu querido Amigo!... Tu sabes bem que continuarás no meio de nós!...

ALBINO SANTOS

Branca disse...

Passados quase quinze dias continuo a percorrer as mensagens de tantos amigos deste ser ímpar que era o Fernando Peixoto e que continua após a sua partida a não deixar indiferente ninguém que se cruzou alguma vez na sua vida rica de humanismo, cultura e simplicidade e que bem ele sabia transmitir isso tudo!
Grata por este momento que nos proporciona.
Um abraço.
Branca

luis nogueira disse...

partiste, amigo? de partir
entendo nada; sinto nevoeiro,
de chuva gotas, um leve sorrir

não, (a)deus nem sei escrever;
ramos soltos, esgar de embondeiro
longe, que de tão perto nem sei dizer

partiste, amigo? a quem espero
do partir nego; parte caminheiro,
mas nunca de mim porque eu não quero

luís nogueira
para o meu amigo Fernando Peixoto