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domingo, 3 de abril de 2011

DOMINGO...ESSA AMEAÇA!


Domingo!
Mais um com o sol a derreter-me os ossos e a ter que gramar com a sogra, alérgica à areia da praia e sensível aos raios solares, sentada no chamado lugar do morto, do meu “BM”, último modelo.

No banco de trás, a boazona da oxigenoloura da minha mulher, como sempre grudada ao telemóvel “3G”, com afiada tesoura nos dentes a (re)contar a semana de fofocas do escritório, que frequenta com ganha…baton…, na empresa do seu pai, meu sogro, coitado!
Ao seu lado, a cadela caniche, toda cheia de laçarotes rosa, que a minha sogra comprou de prenda de anos à filha, e que insiste em dizer que é limpinha e que não me borra os estofos brancos do meu “BM” vermelho, que ficam cheios de pelos da bicha.

É esta a receita do pós-almoço, em cada domingo de sol primaveril e nos dias de verão, nos quais nem mesmo o ar condicionado do “BM” me safa da tosta dominical, passada no constante “para-arranca” deste torra gasolina, marginal fora, sem poder fumar para não irritar os pulmões de mãe e filha e da esquelética cadela.

Entretanto, é tempo de parar no mesmo parque de sempre, sair do “BM” e entrar na confeitaria do costume, sem ar condicionado. Ficar na esplanada está fora de questão, o vento pode escangalhar o penteado da minha esposa, e melhor, digo, pior, arrastar o postiço da velha, que já com quase noventa anos, insiste em usar o cabelo mais negro que o carvão.
É claro, que como não pode entrar na confeitaria, o raio da cadela ficou dentro do “BM”. Só espero que não me mije os estofos brancos, como no passado fim de semana.

Com tudo isto, continuo sem poder fumar, não é permitido fazê-lo dentro da confeitaria, onde o serviço é personalizadíssimo, ou não fossemos clientes de há séculos…
Sinceramente que já nem sei se o empregado de patilhas à “Zé Povinho”, é mudo? Nós também já nem pedimos nada, em poucos minutos vem à mesa acenando com a cabeça em jeito de boas tardes, lá nos serve o chá e três torradas sem manteiga, que em silêncio degustamos.

De volta ao “BM”, após ter deixado em cima da mesa, a nota para pagar a despesa, já com a habitual gorja incluída, imploro aos deuses para que o raio da “lulu” não me tenha mijado nos estofos.
Garanto-vos que se isso acontecer, embora sabendo que vai dar divórcio pela certa, pelo menos no que toca à ditadora da velha, mas é desta que faço da trela da bicha uma funda e atiro-a para o mar, e depois piro-me no meu rico “BM” vermelho de estofos brancos, para bem longe desta ameaça constante que são os meus domingos.

eduardo roseira

2 comentários:

Jose Ramon Santana Vazquez disse...

...traigo
sangre
de
la
tarde
herida
en
la
mano
y
una
vela
de
mi
corazón
para
invitarte
y
darte
este
alma
que
viene
para
compartir
contigo
tu
bello
blog
con
un
ramillete
de
oro
y
claveles
dentro...


desde mis
HORAS ROTAS
Y AULA DE PAZ


COMPARTIENDO ILUSION
EDUARDO

CON saludos de la luna al
reflejarse en el mar de la
poesía...




ESPERO SEAN DE VUESTRO AGRADO EL POST POETIZADO DE CHAPLIN MONOCULO NOMBRE DE LA ROSA, ALBATROS GLADIATOR, ACEBO CUMBRES BORRASCOSAS, ENEMIGO A LAS PUERTAS, CACHORRO, FANTASMA DE LA OPERA, BLADE RUUNER ,CHOCOLATE Y CREPUSCULO 1 Y2.

José
Ramón...

tecas disse...

Pois é, meu amigo poeta Roseira!
Domingo de sol primaveril e sai a "famelga! toda no " teu" luxoso automóvel.
Mas que raio, não é domingo todos os dias e muito menos com sol acompanhado por um vento norte...rs
Tem paciência... amanhã já é segunda feira...rs
Adorei teu texto "domingueiro"!
Novos ricos são assim...ou serão os novos pobres...rs.
Bjito amigo