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segunda-feira, 12 de setembro de 2011

"PIGS" E PECADORES

Com toda a sinceridade vos digo que não fiquei nada surpreendido com a ideia do comissário europeu para a energia, o alemão Guenther Oettinger, companheiro de partido (e sabe-se lá mais do quê?) da “rainha da Europa” dona Merkel, quando em entrevista ao “Bild” avançou com a proposta de “castigar” os países com excesso de défice, com a: “colocação das bandeiras a meia haste nas fachadas dos edifícios comunitários”.

Assim como não me admirei com tão “iluminada” proposta, também não estranho que nenhum eurodeputado português ou responsável governativo, não tomem qualquer posição sobre a referida proposta. Até porque, se quando a Comunidade Europeia achou por bem (?) designar o grupo de países europeus devedores (Portugal, Itália, Grécia e Espanha) por porcos, ou seja, de PIGS, nenhum dos representantes e governantes lusos se importou com tal designação, nem mesmo (não é de pasmar) o português, Durão Barroso, presidente da referida Comissão.

Perante tal já não me admira este tipo de tomadas de posição a roçar o achincalho e desrespeitosas, vindas dos que se julgam reis, donos e senhores dos países que eles consideram menores, e que no caso de Portugal, tal como outros parceiros de grupo dos endividados, tem história de séculos que merece um mínimo de respeito, por parte dos seus parceiros de uma europa comum e solidária (?), os quais antes de falarem deveriam olhar para a sua própria história.

Para além de ficar sentido com tais desagravos feitos ao nosso País, os mesmos põe-me a pensar seriamente no que pode estar por detrás destes “pequenos” ataques a “países pecadores”….

A finalizar não resisto a citar o Manuel António Pina, que na sua crónica “Por outras palavras”, do JN de hoje (12/9/11), termina assim: “….A religião da usura evoca hoje perigosamente pecados mortais (que só Oettinger parece ter esquecido) da Alemanha pelos quais a sua bandeira haveria que ficar a meia haste durante muitos séculos”!

eduardo roseira

Imagem: sapo.pt

5 comentários:

José Carlos disse...

Vamos todos ter de aprender Alemão, dizer "jawohl, mein Führer" e estar integrados num novo e grande IV Reich...

tecas disse...

Pois é, meu amigo! Já fomos...já não somos,um povo com caráter e dignidade. Deixamos que se diga e faça toda a m...(:- A bandeira da Alemãnha,devia estar a servir de tapete ao povo judeu. Uma vergonha a forma como nos tratam. Mas quem tem a culpa somos nós.Ficamos de "bico"calado. Estou farta da europa!!!Adorei o teu artigo e uno-me a ele. Bjito amigo.

Kim disse...

os alemaes esses comedores de salsichas e a dita angela merkl sâo os piores elementos deste filme troykiano em que nos portugueses temos somente papeis terciarios ou mesmo papeis .irrelevantes porque temos de nos reger pelas regras que eles ditam.A europa que se f.... voltemos ao tempo dos descobrimentos e que a monarquia nos salve....desta grandessissima merda .

Anónimo disse...

A propósito da crónica PIGS e Pecadores apenas tenho um comentário a fazer:
Saímos da UE e depois vamos ver de que é que os países ricos vão viver...
Luís Nogueira

Anónimo disse...

Gostei do teu texto. Parabens! Em jeito de comentário, apetece-me deixar esta minha reflexão.

Só não sei ainda quando passamos a trazer, na lapela do casaco ou na gola da camisa, uma estrela amarela que nos identifique melhor, para não haver quaisquer dúvidas. Nem sei quando vamos engrossar fileiras para obter, de esmola, leite aguado e pão seco, mesmo com bolor, ou um restito de comida nos dias que tenha sobejado do restaurante próximo. Nesse dia, quem tossir ou pigarrear terá por perto (para manter a ordem claro) um ou dois polícias de choque que o farão sair da fila (por razões de prevenção da saúde pública) para o encaminharem, célere, a um contentor de cargas, onde seguirá rapidamente, por linha férrea, para um posto de descontaminação por gás. É esta a "Neue Ordnung" imposta pelas novas ger-manias da direita mais obtusa, que traz no ventre o feto fétido da velha Renania/Westfalia.

"É preciso avisar toda a gente, dar notícia, informar, prevenir".

Abraço,
Joaquim Viana