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quarta-feira, 3 de setembro de 2008

VENDO AUTO CARAVANA A BOM PREÇO




...até tenho pena, é tão riquinha!...
Olá, vizinhos, como sabem sou professora vai para quinze anos e este ano no desemprego, sinceramente que estou cada vez mais desesperada, porque a confiar na palavra da Senhora Ministra da Educação e na do Senhor Primeiro Ministro, prevejo que tenho é que ir fazer um qualquer curso de formação e mudar de profissão, é que só ao fim destes anos todos é que o Governo vem dizer que há professores a mais, logo este, que ao que me lembro, foi na altura do PS ser Governo, que eu fiz o meu curso e ninguém na altura nos avisou de que estavam a formar gente a mais, tal como também nunca ninguém disse que existiam áreas profissionais, mesmo ao nível de Cursos Superiores, nas quais há falta de quadros. Vá lá perceber estes políticos?!

Ao longo destes quinze anos, esta é a segunda vez que não tenho colocação. Agora, perante nova situação de desemprego e nada confiante em obter colocação, confesso que estou mesmo desesperada.
Eu fui para professora, porque sempre foi o que quis ser desde muito nova e é uma profissão que apesar de todas as dificuldades que lhe tem sido colocadas, continuo a gostar, quanto mais não seja até por este facto que passo a narrar e que me aconteceu: - Estando eu pela primeira vez no desemprego e sem direito a subsídio, para fazer face às “contas da vida”, trabalhei num hipermercado como “caixa”, quando um certo dia da fila se ouviu uma voz que disse alto e bom som: - “Oh, professora Balbina, estás aqui? , Por que é que não voltaste à nossa escola?.... “ – Os clientes ficaram todos a olhar para mim como se eu fosse figura de museu e eu com um sorriso respondi ao meu antigo aluno - Um dia destes hei-de lá voltar. - (Enganei-o a ele, iludindo-me a mim). Mas é, também, por situações como esta que eu gosto de ser professora, é que para mim, os afectos fazem parte da minha forma de estar na vida, mesmo até na escola.
Para melhor compreenderem o meu percurso ao longo destes anos, aqui vai ele e fiquem desde já a saber que dava para fazer uma volta a Portugal em diversas etapas:
- A minha primeira colocação foi de durante três anos a levar o “esqueleto” até Vilar de Ossos, em Vinhais, Bragança; Vaiamonte, Reguengo, Portalegre, foi o destino da segunda colocação por dois anos; na terceira embora subindo no mapa, desci até Covas, Vila Nova de Cerveira, Viana do Castelo, onde fiquei um ano; a quarta foi em Valbom, Gondomar, Porto, esta a única vez que podia vir a casa todos os dias, mas foi só um ano; na quinta colocação, talvez porque “Santos à porta de casa não fazem milagres”, o Ministério da Educação “deu-me” Ajuda, colocando-me numa localidade de Peniche, Leiria, com este nome, onde fiquei dois anos; continuei na minha “volta”, que me levou por um ano, na sexta colocação até ao Redondo, Évora; na sétima, talvez por o meu número do azar ser o sete, (realmente só para mim), não pelas gentes, mas … colocaram-me em Santa Comba Dão, Viseu, foi por um período de dois anos; no ano seguinte a minha oitava colocação levou-me em nova peregrinação, a terras de Vinhais, Bragança, mais precisamente até Vilar de Peregrinos, onde fiquei um ano e no ano passado enviaram-me na nona colocação até Budens, …até me faz rir, só de imaginar que vocês estão a pensar que é uma cidade alemã ou da Holanda, quando na verdade, e apesar de haver por lá alguns alemães e holandeses, é uma freguesia de Vila do Bispo, Faro, onde me colocaram no (meu) lugar chamado Sítio das Marias, sim é que o meu primeiro nome é Maria, só depois é que vem a Balbina.
Nesta última colocação, aconteceu-me uma situação que é comum aos professores e estudantes que vão até terras algarvias, que foi o facto da dona da casa onde aluguei o quarto, me ter dito que teria que sair do mesmo no último dia de Maio, pois o Junho, Julho e Agosto era para alugar aos que iam de férias até ao ALLgarve. Tinha que fazer pela vida, dizia, e eu que remédio, lá me vi, tal como outros a ter que ir acampar num tenda “Iglô” no Parque de Campismo da Quinta de Carriços, lá na zona, que era o mais barato.
Perante esta situação e fazendo contas, resolvi investir um pouco mais e pensando já em situações futuras, optei por comprar uma Auto Caravana, assim como assim, tenho sempre casa e aproveito e levo-a nas deslocações, é assim uma situação tipo dois em um…
Como podem ver, foram quinze anos de despesas com a habitação a duplicar, com a casa cá no nosso Pátio e o ter que andar em quartos e raras vezes apartamentos alugados, a isto acrescem as despesas (desesperadas) com as deslocações de cada vez que me dava ao luxo de vir até casa matar saudades.
Tentei, meter as despesas no IRS, mas as deslocações nem pensar e das Finanças disseram-me que os alugueres dos quartos e casas, não davam para incluir, porque eram consideradas como despesas de segunda habitação, … …qualquer coisa considerada como casa de férias!!??…
Para finalizar e como a maré é de poupanças, e como pelos vistos vou ter que mudar de profissão, não me resta outra hipótese que é a de colocar à venda a minha Auto Caravana, por bom preço.


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