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quarta-feira, 25 de novembro de 2009

OBAMA - Um Ponto Negativo




A rádio TSF noticiava às 23:48 no seu site, ontem, dia 24 de Novembro de 2009 o seguinte:

"ADMINISTRAÇÃO OBAMA EXCLUI ASSINAR PROIBIÇÃO DAS MINHAS TERRESTRES - O executivo norte-americano decidiu não assinar uma convenção internacional que proíbe as minas terrestres, revelou esta terça feira o porta-voz do Departamento de Estado. Ian Kelly afirmou que a administração Obama acabou recentemente de reapreciar a questão e decidiu não mudar a política da administração Bush."

O comentário que mais se ouve aqui pelo "pátio" é de que o "Nobel da Paz" Obama, perdeu um ponto na nossa consideração.
E assim deixo aqui ficar um grito de revolta, em nome de todos os estropiados e vitímas mortais, devido às minas terrestres, especialmente aos que participaram directa e indirectamente na Guerra Colonial.



GUERRA

Guerra rima com terra e coms serra.
Estranhamente, guerra não rima
com dor,
com horror,
com terror,
mas a guerra é um estupor.
Estranhamente, guerra não rima
com milhões
de vidas desperdiçadas à toa,
com biliões
em dinheiro, seja o dólar ou a coroa,
que vai enriquecer mafiosos,
nem um pouco escrupolsos.
Estranhamente,
guerra que devia rimar com dor,
rima com terra e com serra
que deveriam rimar com flor.

Regina Gouveia, in "Reflexões e Interferências"

Nota: As imagens foram extraídas do sapo/imagens, sendo que a que mostra a manifestação é da época do ex-Presidente norte-americano, George Bush.

sábado, 21 de novembro de 2009

VINGANÇA...




... na rua, distraídamente,
comendo pipocas,
ao atravessar a passadeira,
fui atropelado por um bando
desgovernado de...
...GALINHAS!?!?...

eduardo roseira

AVES...





vós sois aves
em permanente voar
de poiso
em poiso
em busca do seu
melhor estar.

estáticamente
em sereno olhar
sinto a raiva
que vós sentis
do voar
dos vossos pares.

eu…
estátua
permaneço indiferente
ao vosso cagar.

eduardo roseira

(Foto da autoria de Eduardo Roseira,Pai,Porto,1997)

segunda-feira, 16 de novembro de 2009

20 ANOS POESIS - 3 - Palavras Vivas



Integrado nas comemorações do 20.º aniversário do Grupo Cultural Poesis, na Casa da Cultura de Paranhos, no Porto, no dia 14 de Novembro de 2009, eduardo roseira apresentou o seu espectáculo "Palavras Vivas", na versão infanto-juvenil.

É um espectáculo com base em poesia de autores portugueses e braliseiros, à qual o "animador da palavra", eduardo roseira, alia técnicas de Teatro com base na pantomina e na mímica e anima os poemas que vai contando....

OS CONTACTOS PARA ESPECTÁCULOS PODEM SER FEITOS ATRAVÉS DO Telemóvel - 966 238 966 ou para o e-mail: eduardoroseira@gmail.com


(a fotografia que acompanha este texto é da autoria de Júlia Meireles)

20 ANOS POESIS - 2 - lenços poéticos



No passado dia 14 de Novembro de 2009, no decorrer das comemorações dos 20 anos do Grupo Cultural Poesis, a artista plástica Júlia Meireles, lançou a sua colecção de lenços bordados com poesia, cuja apresentação esteve a cargo de eduardo roseira, que sobre os mesmos referiu:

"Este produto é: artesanal; original; pode ser acessório de moda; peça decorativa e simultâneamente é um artigo cultural e didático - ou seja - pode ser considerado com um verdadeiro POP - Produto Original Português."

Já agora para todos os interessados em encomendar um lenço poético, podem enviar o poema escolhido para o seguinte email: julia8meireles@gmail.com - que em breve receberão a resposta com o estudo do lenço e o respectivo orçamento.

(A foto que acompanha este texto é da autoria de Júlia Meireles)

20 ANOS POESIS - 1




A apresentação da Revista Nova Àguia foi sem dúvida o ponto alto das comemorações do vigéssimo aniversário do Grupo Cultural Poesis,que teve lugar no passado Sábado, 14 de Novembro de 2009, na Casa da Cultura de Paranhos, no Porto.

Do programa constou uma exposição de alguns artistas do Poesis, que apresentaram Pintura, Kim Berlusa e Luís Nogueira; Fotografia, eduardo roseira e de Artesanato de Júlia Meireles, que apresentou uma colecção de lenços bordados com poesia.

Na parte da tarde teve lugar o espectáculo infanto-juvenil "Palavras Vivas", de eduardo roseira e de seguida a apresentação da revista "Nova Àguia".

À noite aconteceu a habitual Tertúlia mensal da Poesis/Casa da Cultura de Paranhos, durante a qual teve lugar a apresentação da colectânea poética "20 anos POESIS 20 poemas", dedicada a Fernando Peixoto.

(A fotografia que acompanha o texto é de Júlia Meireles)

sábado, 7 de novembro de 2009

20 ANOS SOBRE A QUEDA DO MURO DE BERLIM



- 0 dia 9 de Novembro, entre boas e más memórias


Há precisamente vinte anos, dia 9 de Novembro de 1989, estava eu “preso” no Hospital da Prelada no Porto, tendo apenas a “liberdade” condicionada, o poder-me deslocar na cadeira de rodas.
Tinha sido operado ao fémur dois dias antes, situação que deixa qualquer mortal física e moralmente em baixo e sem paciência para nada, até porque em situações como esta andamos meios zonzos, porque afectados com a medicação que ingerimos.
Nesse dia 9 fui alertado pelo meu companheiro de sempre, o rádio portátil, que me deu uma notícia que me fez esquecer onde estava e as próprias dores do pós operatório, “saltei” para a cadeira de rodas e tive que “namorar” o pessoal de enfermagem para que me deixassem ficar depois da dez na sala a ver a Rádio Televisão Portuguesa… o Muro de Berlim tinha caído.

No dia seguinte ligaram-me da redacção da Rádio Paralelo, de Ermesinde, onde na altura trabalhava, a pedirem-me a habitual crónica para o noticiário das 13 horas, dizendo que tinha que ser, mesmo sabendo que estava hospitalizado. Já não me lembro do teor da mesma, apenas fiquei com os dois estes dois poemas:



OS POETAS VENCERAM!

poeta é aquele
que voa nas asas do sonho.
poeta é aquele
que torna verdade,
fazendo do que parece irreal,
com esperança e resignação,
uma verdade fundamental!

irmão, tu que és poeta,
tal como eu,
agarra-te às minhas asas
e comigo anda voar.
voar p’rá liberdade…
anda!
agarra-te a elas
e comigo voa.

força!
solta as amarras
que te impuseram.
vá junta-te a outros
nossos irmãos
e sem medo
derruba esse muro
que te castra a imaginação.
fá-lo dizendo não aos mitos
e aos “outros”, deixa-lhes
a vergonha.

depois, diz bem alto,
libertando os teus abafados gritos:
- abaixo os muros!
- adeus vergonha!
- os poetas venceram!


VINTE E OITO ANOS
(1961 - entre a construção e a queda - 1989)

foi sofrimento!
calado…
foi consentimento!
recalcado…
havia marchas,
ao som de tambores.
durante vinte e oito anos
de mágoas, marcas
e imensos dissabores.


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A nove de Novembro de 1989, Berlim acordava para o mundo, o Muro caia. Noite dentro, entre lágrimas e abraço, os habitantes daquela cidade dividida ao longo de quarenta anos, festejaram o (re)encontro.
Ao som de palmas, seguidas de lufadas de ar negro, os “Trabis”, os pequenos carros alemães-democráticos com cores de rebuçado, invadiram as ruas do lado ocidental.
Dessa vez, ninguém ousou evocar as leis da protecção do meio ambiente. As garrafas de champanhe andavam de mão em mão. Era o princípio do fim de um longo pesadelo chamado Guerra-Fria.
A data não desperta, porém, boas memórias. Já em 1938, Berlim tinha acordado o mundo em nove de Novembro. A noite em que bandos de nazis iniciaram a sua “caça”, com espancamentos, prisões, destruição de lojas e pintura de paredes com a acusadora/denunciadora estrela de David e a frase “Não compres a Judeus.”. Era o primeiro passo para o Holocausto!
Uma tragédia que ficou conhecida na história, com o nome perversamente romântico de: “Noite de Cristal”.

Ironia das ironias, hoje festeja-se e bem, a Queda do Muro há vinte anos, a Nove de Novembro, mas ninguém refere o outro, nada romântico, nove de Novembro de há setenta e um anos.





eduardo roseira