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sábado, 23 de agosto de 2008

APRESENTAÇÃO DE BALBINA


O DESESPERO DE BALBINA

Balbina, assim se chamava uma eterna e esperançosa casadoira, já na casa dos quarenta, professora de profissão, que nem mesmo nos seus inteligentes ensinamentos, encontrava solução para o problema que a afligia desde que já moça, passou a jogar pelo Benfica, logo ela que até era adepta ferrenha do Esperança Sporting Clube.
Tudo começou quando teve a sua estreia no teatro da Menorreia, não se sabe se por bruxedo; inveja ou coisa que o valha, lhe caíu em cima a maldição:
- Assim que a dita entrou em acção, ficou com a vagina envolta em arame farpado. E não havia médico especialista que desse conta do grave problema que afligia a Balbina, que entre outras coisas não ganhava para cuecas, tal era a pressa com que as mesmas se rasgavam.
A formosa Balbina, escondia a todo o custo o seu mal, sempre na esperança de um dia poder vir a inscrever-se na JSD, para apoiar a moção: “POR UMA BOA QUECA”, apresentada, já lá vão uns anitos, no Congresso dos “jotas laranjinhas” na Figueira da Foz.
Os anos iam passando e a boa Balbina, cada vez mais atazanada dos miolos, pensou em suicidar-se, mas resolveu alistar-se como voluntária no Exército, onde não a aceitaram em virtude de temerem futuros problemas que a ferrugem poderia causar à saúde dos militares daquela instituição. Foi aí que ela resolveu dedicar-se ao professorado.
Já mulher, a fogosa rapariga, mesmo feita de arame, porque não era de pau, deixou-se enrolar por um talhante que se lhe fez à febra, ao qual ela já em suores acalorados, não resistiu e abriu-se aos seus intentos amorosos.
Aconteceu assim o primeiro desgosto amoroso da sua vida. É que o pobre do homem, quando se mandou ao bife, ficou com a morcela feita em picadinho.
Os anos iam passando e a Balbina, cada vez mais formosa, era assediada por tudo quanto era homem. Desde o leiteiro que se lhe fez à vasilha, até ao padeiro, que com ela não conseguiu fazer farinha. Enfim, era uma bicha deles, todos à espera de melhor sorte na rifa, e não havia nem a terminação, fosse para quem fosse. Chegou mesmo a correr o boato de que a Balbina era fufa. Coitada da rapariga, fufa, ela que suspirava por quantos poros tinha, por homem! Realmente,” um mal nunca vem só!”
Um dia já disposta a tudo, até porque “ não há mal que sempre dure”, encheu-se de coragem e pegando no telefone, discou o : 000 69 69 69, do telefone da amizade, um lugar onde se encontram os desesperados; os desiludidos; os que sofrem das dores de alma ou das dores de corno, a par de outros tantos que buscam naquela linha a resolução dos seus problemas.
Foi nesse telefonema que surgiu o amor à primeira chamada, para desgosto dos donos da linha, que se assim continuar vêem o negócio ir pela rede de esgotos a baixo.
Ele chamava-se Arménio, mecânico de profissão e tal como a Balbina, tinha um problema idêntico, é que de cada vez que a tusa apertava ele ejaculava, imaginem só, nada mais, nada menos do que arame farpado! Um mal que o afligia desde que ele bebeu duma assentada só, uma garrafa de litro e meio de uma água mineral, proveniente de uma fonte com exagerado teor de ferro, que provocava tal efeito a quem a bebesse.
Arménio e Balbina, combinaram logo um encontro para esse mesmo dia, no qual foram assistir a um concerto do Emanuel, donde saíram alegremente a cantar:
- E NÓS PIMBA !
- E NÓS PIMBA !
O mote estava dado, foram até casa do Arménio, onde naturalmente:
- PIMBA !
Foi um enlace entre os corpos de Arménio e Balbina.
O amor escorria pelas paredes abaixo.
Era o milagre que ambos à tanto esperavam.
Apesar de calmo, Arménio foi aos arames.
Balbina, mesmo a atravessar a sua fase de Cataménio, sentiu-se tal como o seu companheiro, realizada nos campos do amor e do sexo.
Balbina tinha enfim, encontrado o homem da sua vida. É que Arménio era o único homem, que ao penetrá-la, não gritava:
- PORRA, PIQUEI-ME !
(apresentação escrita pelo Reformado vizinho e amigo de infância)

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