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quinta-feira, 24 de dezembro de 2009

O PINHEIRINHO DE NATAL



Papá, vens deitar-me que eu conto-te uma história!


— Disse a pequena Helena Sofia, uma miúda ladina de sete anitos.

Eis uma situação não muito habitual, que soou como uma prenda de Natal.

Já aconchegada no calor da cama, com o seu pai sentado ao lado, a pequena Lenita começou a sua história:

— “Se eu fosse um pinheirinho de natal…



os meus brincos eram duas bolas de enfeite.

Os meus olhos, duas estrelas a cintilar.

O meu cabelo entrançado, as fitas brilhantes que abraçam a árvore.

O meu narizito, um pequeno sino a anunciar a vinda do Jesus Menino.



Depois, pedia muitas estrelas emprestadas, para com elas fazer uma enfiada de luzes.

Da minha boca sairia uma brisa suave, na qual viajava o Pai Natal.

O gancho do meu cabelo, era o trenó em que o Pai Natal, carregava as prendas para todos os meninos.

O trenó trazia sacos e sacos.



Num trazia Paz.

Noutro pão.

Noutro ainda, amor.

Nos restantes, tudo de bom para o Mundo.

Depois, quando voltasse a ser menina outra vez, gostaria de ter como prenda...ser um pinheirinho de natal!!!”

.................................................



Gostaste papá? — perguntou Lenita, já meia ensonada e após um breve silêncio.

Sem palavras, o pai aconchegando-lhe a roupa, beijou-lhe a testa.

Entretanto a pequena Helena Sofia, com um doce sorriso nas faces já dormia.

Com que é que estaria a sonhar?



NOTA: História escrita por mim, eduardo roseira, baseada numa história contada pela minha filha Helena Sofia Nunes Roseira, aos sete anos (1992) e ilustrada com uma colagem feita pelo meu filho José Mário Vasques Roseira, aos quatro anos (2001).

Esta a minha prenda de Natal para todos vós.

8 comentários:

Natalia Vale disse...

Roseira,
Há memórias que por muito tempo que passe nunca se apagam. Adorei e emocionei-me ao lê-la. Parabéns a ti e aos teus filhos.
Um Bom Natal.
Beijinhos
Natália

José Gomes disse...

Amigo Roseira,
São memórias destas que fazem o Natal estar sempre presente.
Um abraço para ti e para os teus filhos. Claro, parabéns para eles.
Um Bo, Natal.
José Gomes

Anónimo disse...

Olá Eduardo Roseira
Muito obrigada pelo bonito presente que quis partilhar connosco
Regina Gouveia

Unknown disse...

Roseira, companheiro de outras guerras, á memorias que nunca esquecem.
fico feliz por ti e pelos teus filhos.
vou ler ás minhas netas, que vão adorar.
feliz Natal.
Fernando folha, Inês, Biatriz e Ema.

RosaTeixeiraBastos disse...

Obrigada Edu.
Os filhos escrevem todos os dias poesia para nós...
Feliz ano novo.

Unknown disse...

raAmigo...
Atrás de um Grande Poeta-Escritor há sempre uma grande fonte de inspiração!!! (não é novidade para ti, eu sei), mas eu quero estar sempre na cabeceira da lena com 7 anos e do zé com 4 anos...que mais se me oferece dizer-te...AMO-VOS

Unknown disse...

Amigo Roseira:
Parabéns pelo teu pátio, pelos filhos, pela ideia e poesia... Mas cá para nós que ninguém nos ouve, era impossível uma miúda de 7 anos contar aquela história. Tem abstracções que só surgem depois dos 10 anos e certos vocábulos... Mas está bem, não vem mal ao mundo por colocares o teu dedo sempre poético...

Fina d'Armada

Eduardo Roseira disse...

Cara amiga Fina, obrigado pela tua visita e comentário pertinente. Explicando melhor, a história foi contada pela minha filha, com todas as imagens na mesma referidas, as quais eu alindei com palavras e frases que lógicamente ela não usou. Já agora a colagem do meu filho, teve a ajuda das educadoras de infância.